Kauanna recebe o Prêmio Bom Exemplo Paraná por projeto de educação

Por Idionara Bortolossi do http://jornalisticacwb.blogspot.com.br/

Idealizadora de projetos pela educação das crianças da Vila das Torres, Kauanna conta como começou o projeto e o que mudou depois de cinco anos incentivando-as a estudar e sair das ruas

“Ser eleita ao bom exemplo não tem uma definição se não a palavra reconhecimento, pois isso mostra que meu trabalho junto da minha equipe, e de muitas outras pessoas são valorizadas e as pessoas querem realmente mostrar essas ações, para que sejamos mesmo um exemplo para outras pessoas. A emoção é enorme!”, declarou Kauanna Batista Ferreira. Com apenas 21 anos, ela foi agraciada com a segunda colocação na categoria educação do Prêmio Bom Exemplo Paraná, promovido pela RPC TV.

Kauanna com Claudio, Rodolfo (noivo), pai e irmão

Ela é voluntária na Vila Torres há cinco anos, quando Claudio Santos a convidou para abrir uma biblioteca. “Ele me incentivou, me mostrou os caminhos e me fez entender que não precisamos de nada, além da vontade, para fazer a diferença”, afirmou. No começo, ela dava aulas e aplicava atividades lúdicas e recreativas para as crianças, além de cuidar da biblioteca. “Tentava incentivar cada uma das crianças a ter gosto por livros e estudo e também que não ficassem na rua”. O trabalho deu tão certo que o grupo resolveu ampliar o projeto.

“Aos poucos, isso foi acontecendo e logo o trabalho começou a ganhar uma enorme proporção. Foi então que percebemos que precisávamos de um espaço maior, para atender com mais segurança as crianças”, relembra. O espaço foi conseguido, é onde hoje ela coordena a Organização de Desenvolvimento do Potencial Humano (ODPH), com a ajuda de familiares e amigos. “Lá temos atividades educacionais para colaborar com o ensino escolar, e várias outras que voluntários aplicam, como violão, artes, oficina de salão de beleza, informática mirim e para adultos, capoeira além de outras”, explica Kauanna.

E não fica por aí, para chamar ainda mais a atenção das crianças e da própria comunidade, eles organizam eventos e convidam a todos. Um deles é o Bingo Comunitário, que este ano deverá acontecer terá a sua terceira edição em julho. “Meu coração sempre bate forte a cada momento que vejo que meu trabalho teve algum resultado. Realizamos nossas ações sempre pensando no desenvolvimento da comunidade”, destaca.

TRABALHO VOLUNTÁRIO

Trabalhando de voluntária há cinco anos, Kauanna pode dizer que passou por muitas dificuldades, as quais ela enfrentou, passou por cima e não se deixou desanimar. “Um trabalho voluntário é como uma vida,

Irenilda na categoria Cidadania e eu na categoria 
educação, ambas com projeto voltado à Vila Torres

 intenso, forte e muito difícil na maioria das vezes”, comenta. Para ultrapassar barreiras, ela tem três armas: “a cara, a coragem, a vontade e o coração”. “Eu estava armada com isso, mas por outro lado desarmada pela falta de conhecimento sobre algumas coisas”, relembra.

Mas as dificuldades nunca a fizeram abandonar o trabalho. “Nunca pensei em desistir, porém sempre me abalava quando não conseguia o que queria. Mas eu tinha meu pai e minha mãe ao meu lado, eles foram os dois pilares que me incentivaram a continuar e sempre lutar”, explica. Além disso, o apoio de conhecidos e dos próprios moradores da Vila das Torres foi fundamental. ”Ao desenvolver o trabalho na comunidade, surpreendi-me, pois todos apoiavam e ofereciam ajuda, isso foi muito importante”, afirma.

De acordo com Kauanna, o trabalho duro é remunerado com o carinho das crianças. “Tenho minha recompensa quando ando pelas ruas e as crianças gritam e me fazem parar para dar um abraço e um beijo, além dos sorrisos que recebo dos moradores”, destaca. “Eles reconhecem meu esforço, tudo o que eu faço é para o bem de todos e nada mais além disso”, enfatiza.

Marcia Fruet compareceu à entrega dos prêmios

DEPOIS DE TANTO TRABALHO, Kauanna tem um recado à aqueles que também gostariam de abrir uma ONG ou trabalhar com educação:

“Como sempre digo, se você pensa, faça, já que nada muda se você não você não der o primeiro passo. E comece com nada e sem medo, pois se o que você quer fazer for realmente algo sério, que refletirá na sociedade, aos poucos a ajuda e o crescimento vão aparecendo. Quando você perceber, ele vai estar tão grande, que você nem vai acreditar que foi você que deu início àquilo. Como minha mãe fala sempre e me faz repetir sempre ao acordar ‘Eu quero, eu posso, eu consigo’. Vá e não volte, pois tudo o que você for fazer, terá um grande conhecimento, de vida principalmente”.

Ganhadores do Prêmio Bom Exemplo Paraná